Segundo dia em Bariloche. Acordamos com a maior esperança e saímos com aquele friozinho na barriga quando vimos a previsão do tempo. NEVE! Era exatamente o que queríamos. Nenhum de nós 6 havíamos visto neve ainda e estávamos super ansiosos com a previsão. Maaas, como no Brasil, os meteorologistas argentinos não são muito confiáveis (foi o que ouvimos), então tentamos não manter nossas espectativas tão altas, até que estivesse na hora certa.
Para conhecer os principais pontos turísticos de Bariloche, fizemos o Circuito Chico, o mais famoso da região. O nome "Chico" é porque é um circuito curtinho, pequeno, e não porque o Seu Chico foi homenageado, okay? Primeiro fomos conhecer a lojinha mais famosa da Rosa Mosqueta, uma flor típica da região, com a qual eles fazem chá, cremes hidratantes, óleos corporais e vários outros produtos. Tivemos a oportunidade de experimentar o chá, umas das coisas que eu podia ter dormido sem (rsrs). Depois fomos à um mirante, um lugar lindo!!! De lá tivemos uma vista espetacular do Hotel Llao Llao (foto abaixo), o mais caro de Bariloche, a suíte presidencial custa em torno de U$1.800,00 - DÓLARES - a diária. Mas vou ser honesta, se algum dia eu tiver a oportunidade, ficarei lá com a maior facilidade, a vista lá do hotel, que também tivemos oportunidade de visitar, é sensacional! Foi lá, no mirante, que finalmente nevou a primeira vez!!! Não tem como descrever nossa emoção em palavras, parecíamos seis crianças numa chuva de balas e doces sortidos, mas foi bem fraquinho e logo parou.

Saímos do hotel e outra parte do circuito foi conhecer o Cerro Campanaro. Um mirante no alto de uma montanha. Subimos de teleférico, uma delícia, se não fosse o vento mega gelado que nos obrigava a nos esconder atrás das milhões de camadas de roupas. Ainda assim conseguimos algumas fotos da subida, que ficou mais difícil à medida que começava à nevar. Lá em cima fazia -17ºC. Sim, foi a temperatura mais baixa que eu peguei até hoje, e sim, MUITO FRIO. O vento mais forte ainda que na subida, fazia a sensação térmica parecer ainda mais baixa. No mirante mesmo, foram só alguns segundinhos, o tempo de tirar algumas fotos e correr pra dentro do micro-restaurante que tem lá em cima, abarrotado de gente tentando se aquecer, muitas vezes sem sucesso, tamanho o frio do lado de fora.
Paramos em outro mirante depois de descermos do Cerro Campanaro e lá tinham vendedores ambulantes vendendo Choripan. Pão com linguiça e molho. Não me perguntem o que tinha no molho porque eu não sei, só sei que esse tal de Choripan é uma delícia!!!

Depois do Circuito Chico, pegamos uma balsa nos Lagos Andinos para visitar a Isla Vitoria e o Parque Nacional Arrayanes e ainda passear pela Cordilheira dos Andes.

Na Isla Vitoria, fizemos um passeio pelo bosque que durou 40 minutos e foi super divertido. Tiramos milhões de fotos, o lugar é maravilhoso! Um frio de bater o queixo, mas valeu muito mais à pena do que nós esperávamos.
Não ficamos muito perto do grupo para ouvir as histórias dos lugares por que passávamos, porque além de ser tudo em espanhol e apesar de eu entender bastante, estávamos mais interessados nas fotos e nos detalhes que não eram mostrados pelos guias.

Voltamos pra barca e foi um alívio. Lá dentro era quentinho, tinha mesas e cadeiras suficientes pra todo mundo se acomodar e pedir alguma coisa pra comer. Mas, o bonito mesmo é do lado de fora, o passeio nos Lagos Andinos é realmente imperdível e, não vou mentir, um dos passeios mais lindos que já fiz. Em cima da balsa era muito frio, mas ficamos lá um tempão, mesmo parecendo uns picolés, pra não perder nada que passava. A melhor parte do passeio foi, com certeza, quando chegamos no Parque Nacional Arrayanes. Não pelo parque em si, que é muito bonito e tudo, mas, como muitos parques, não teve nada de especial, à não ser pela neve intensa que caiu assim que saímos da balsa. Não esperávamos porque o dia estava lindo, um sol maravilhoso e de repente: NEVE! E muita dessa vez. Aí sim foi uma diversão só! Tiramos fotos que não acabavam mais, tentamos pegar floquinhos com a língua e, um de nós, à pedido da irmã mais nova, até tentou guardar um floquinho pra levar pra casa (rs).
Depois do parque só nos restava mais um passeio pelos Lagos Andinos e pela Cordilheira dos Andes, antes de voltarmos super cansados pro hotel. A cordilheira é a coisa mais linda! Uma verdadeira obra de arte da natureza. Dizem que é mais bonita do lado do Chile do que da Argentina e se é verdade, eu não consigo ainda imaginar esse nível de beleza. Fiquei apaixonada por tudo que vi!

Na foto acima, eu e mamãe com a Cordilheira dos Andes ao fundo.
De volta à cidade, fomos jantar no restaurante La Marmite, que vimos em uma propaganda no avião, em direção à Bariloche, como melhor fondue da América Latina. O restaurante estava lotado, então nem hesitamos em entrar e esperar quase uma hora na lista de espera. Sentamos completamente esfomeados (rs) e pedimos os famosos fondues de queijo e carne, alguns de nós já pensando no de chocolate da sobremesa. Mas pra nossa surpresa, o melhor fondue da América Latina foi também a maior (e acho que única) decepção de Bariloche. No final das contas, paramos numa lanchonete e comemos um cachorro-quente, que salvou a noite de tão gostoso. Voltamos pro hotel e tentamos ter uma boa noite de sono pro dia seguinte encararmos a aula de snowboard. Digo "tentamos" porque acho que a ansiedade não deixou ninguém dormir direito. O dia foi ótimo!